"Sede fecundos". Essa é a ordem, a direção de Deus para a IPV em 2010. Temos sido ensinados a respeito de como ser fértil e também como deixar de ser infrutíferos em vàrios níveis da nossa vida: tanto no que se refere ao aspecto pessoal (familiar, material) como no espiritual (ministério e relacionamento com Deus e as pessoas).
Aqui em Espanha, neste começo de trabalho, as enormes dificuldades e desafios que se apresentam diariamente tem nos feito refletir sobre como conquistar uma terra fértil (sim, a Espanha é fértil) por e para Deus. Baseado em Juizes, logo no capítulo 1, nos primeiros versos, Deus nos mostra alguns passos importantes para a efetivação desse sonho.
Juizes
1:1 Depois da morte de Josué os filhos de Israel consultaram ao Senhor, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro aos cananeus, para pelejar contra eles?
1:2 Respondeu o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei a terra na sua mão.
1:3 Então disse Judá a Simeão, seu irmão: sobe comigo à sorte que me coube, e pelejemos contra os cananeus, e eu também subirei contigo à tua sorte. E Simeão foi com ele.
A pergunta que nos move neste caminho é: o que fazer para conquistar uma terra fértil?
1) É preciso estar debaixo de uma promessa de Deus.
Judá e Simeão estavam debaixo de uma palavra. Havia uma promessa feita por Deus a seus antepassados e que estava em pleno vigor nos dias deles. Deus havia dito a Abraão sobre o lugar. Ratificou a promessa a Isaque e também a Jacó. Moisés estava debaixo desta palavra. Josué também. E a nova geração, livre da contaminação da incredulidade e agora representada pelos filhos de Judà e Simeão, havia herdado a promessa.
No Reino de Deus essa é uma premissa invariável: não basta desejar, projetar ou mesmo sonhar com algo senão houver concordância dos céus conosco. João Batista nos deixou registrado esse princìpio ao dizer que "O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu". (João 3:27). É preciso haver ligação das conquistas na terra com o céu. (Mateus 18:18).
Muita gente vive frustrada simplesmente porque insiste em tentar viver fora do que Deus tem sonhado para sua existência. Com isso, é até possível ter uma sobrevida, mas nunca uma vida mais que abundante prometida (e conquista na Cruz) por Jesus.
2) É preciso ter atitude em relação à conquista
Imagine o momento em que se dá este início de conquistas das tribos na terra prometida: Moisés já havia morrido há anos, e agora Josué, o sucessor, também estava morto. Mesmo assim, Judá e Simeão se mobilizam e se levantam para lutar contra os inimigos para tomar posse da promessa. É certo que na passividade não teremos conquistas porque em si só a conquista está ligada com a atitude.
É possível notar ainda que no aspecto atitude, outras duas características marcantes são: saber a definição do que se pretende conquistar e de quando se deve conquistar. O texto revela que Judá sabia exatamente para onde ir (a herdade que havia caído a ele por sorte). Havia um rumo, uma direção definida, escolhida. Não se pode conquistar nada sem estar focado. E para estar focado é preciso ter um alvo, um objetivo. Esse é um ponto fundamental para dimensionar o resultado da conquista.
No que se refere ao tempo, é fato que há tempo determinado para todas as coisas (Ec. 3). Note que Deus determina que Judá suba primeiro (verso 2) e inicie o processo de conquista da terra antes de todas as demais tribos. Precisamos aprender a conviver com o fato de que tem gente que vai conquistar antes de nós e tambèm compreender que outros vão conquistar depois de nós. E isso segundo o tempo estabelecido por Deus a nós e mediante ao estágio em que nos encontramos para usufruir da conquista.
3) A conquista requer alianças
É unanimidade o entendimento de que na vida humana ninguém vai a lugar algum sozinho. Mesmo assim, na prática, muita gente imagina que tem condições de sonhar e realizar sem a ajuda de absolutamente ninguém. Neste texto, aprendemos esse que é um dos princìpios bíblicos mais difundidos em toda a Escritura: é preciso fazer alianças para chegar às conquistas.
Deus diz a Judá que o momento da conquista era dele. Imediatamente, Judá compreende que essa era uma tarefa grande demais para se realizar sozinho e propõe a Simeão um pacto: me ajude agora, que é o meu tempo, e quando chegar o seu momento, você me terá ao seu lado.
Mesmo Jesus, tendo se manifestado em carne para destruir as obras do diabo (1a João 3:8), escolheu 12 homens para que a tarefa fosse levada adiante. (João 15:16). Jesus sempre deixou claro ter uma aliança com o Pai (João 14:10, João 10:30) e, posteriormente, com o Espírito Santo (1 João 3:24). A igreja tem uma aliança com Cristo. (João 3:29).
E Judá leva a cabo sua aliança com Simeão. Após conquistar Bezeque e outros territórios com a ajuda do irmão, Judá sobe com Simeão para ajudá-lo em sua conquista. Juizes 1:17 - "E Judá foi com Simeão, seu irmão, e derrotaram os cananeus que habitavam em Zefate, e a destruíram totalmente. E chamou-se o nome desta cidade Horma".
4) A conquista tem que ser iniciada pelo começo
Vivemos a era do imediatismo. Os dias exigem de nós cada vez mais correria. Tudo em nossa volta sugere isso: quem utiliza os Correios hoje para enviar uma carta, se temos o email, o MSN? Comidas congeladas, controle remoto... estamos cercados por uma atmosfera de atalhos.
Mesmo assim, Deus segue utilizando do que sempre teve como parâmetro para o homem: etapas. Não se pode conquistar pelo fim. É preciso paciência - que é, segundo Romanos 5:3, resultado da tribulação, mas que por outro lado dará á luz a experiência.
Digo isso porque a primeira cidade atacada por Judá e Simeão é Bezeque e isso tem, para nós, uma razão de ser. Lá, derrotam a 10 mil inimigos e saem à captura do rei Adoni, que havia fugido. Insisto que devemos observar bem este ponto do proceso de conquistas em nossa vida porque, olhando para o texto, temos um grande ensinamento.
Adoni Bezeque era um rei mau, cruel. Ele próprio confessa suas maldades: (1:7) "Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusalém, e ali morreu".
Este rei simboliza o diabo e o que ele procura fazer conosco em três níveis distintos:
a) amputar dedos das mãos
b) amputar os dedos dos pés
c) obrigar a comer milgalhas debaixo da mesa
Segundo Ap. 1:6, Jesus nos fez, alèm de sacerdotes, reis para o nosso Deus. Portanto, quando um rei tem os dedos polegares das mãos amputados, olhando para aquele tempo, vemos que o objetivo maior era impedir o manuseio eficiente de armas como arco e flecha e espada. E não é difícil encontrar hoje em dia reis, assim vistos por Deus, com grandes dificuldades de utilizar as armas que Deus tem dado (Ef. 6), tornando-se assim vítimas do prìncipe deste século.
Por outro lado, tambèm vemos muitos reis com dedos polegares dos pés amputados. Isso é símbolo de quem tem dificuldade para caminhar por causa da instabilidade. É o dedo polegar do pé que confere o equilíbrio aos nossos passos. Há pessoas que vivem numa inconstância muito grande em sua vida com Deus. Ora estão cheios de sonhos e de vida em Deus; ora estão a ponto de desistir de tudo. Tiago (1:6) alerta que os inconstantes como a onda do mar não recebem nada do Senhor. Não há conquistas.
Por último, comer migalhas é o símbolo de humilhação. Não há como deixar de recordar da mulher siro-fenìcia que se comparou aos cahorrinhos que comiam das migalhas que caiam da mesa dos senhores (Mc. 7:28). A diferença é que humilhar-se perante o Senhor é prenúncio de exaltação.
Judá e Simeão precisavam mesmo começar a conquista da terra fértil, que manava leite e mel, por Bezeque. Aliás, capturar Adoni e matá-lo em Jerusalém é preciso. A traduçao de Adoni Bezeque nos sugere isso: Senhor da Brecha. Temos de vencer este rei que muitas vezes domina nossa vida, nos impedindo de usar as armas de Deus, de caminhar com estabilidade e ainda nos coloca em posição de humilhação para que a terra seja conquistada e a promessa se cumpra.
Pr. Daniel (IPV Espanha)
A conquista de uma terra fértil
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