Pastora, assuma sua posição!

Por Pra. Verônica do Valle

Começar um ministério é sempre um grande desafio, mas um desafio cheio de grandes descobertas e recompensas.

Quando comecei a pastorear, em 2009, uma pessoa teve um papel muito importante nesse desafio: meu esposo Thiago. Ele estava ao meu lado em cada momento e seu incentivo e apoio foram essenciais para que o medo fosse vencido a cada dia. Ele me incentivava a estar ao seu lado no altar, a orar pelas ovelhas que estavam sob nosso cuidado, a aconselhar, a ministrar e o mais importante: a pregar a Palavra de Deus.

O medo tem sido vencido a cada dia (de vez em quando ainda vem um pouquinho), mas eu fui assumindo a posição para a qual Deus me chamou: a de pastora!

Deus e também o Thiago me deram desafios que com a ajuda deles pude conquistá-los. Uma certa vez o Thiago precisou viajar para fazer o culto fúnebre da filha de um líder da igreja num domingo pela manhã e era dia de Santa Ceia e ele disse que eu iria ministrar a Ceia naquele dia, além de pregar. Eu perguntei a ele: “Porque você não pede o Presbítero Fulano?” E ele me respondeu: “Porque hoje no Equador nós temos presbíteros, mas e quando formos a outro lugar que não tiver?” Ele orou comigo e foi embora. E eu? Preguei, ministrei a Santa Ceia e foi uma benção! Porque Deus queria isso e foi para isso que Deus me chamou!

Hoje, eu amo fazer o que eu faço. O amor venceu o medo e não me imagino fazer outra coisa senão ser pastora!

Assumir essa posição, esse posto, é algo tão importante, mas que deve ser assumido com muito cuidado. A missão é a mesma para o casal de pastores, mas cada um tem suas “tarefas” ou atribuições nesta missão, que se completam. Precisamos saber ser a ajudadora e apoio do esposo, sem tomar a postura de cabeça, que cabe ao esposo! Saber amar, cuidar das vidas e liderar sabendo que em todo momento o líder é o nosso esposo! Mas também entender que nosso lugar não é atrás, longe, separada, assistindo... É ao lado dele!

Somos pastoras em uma igreja abençoada! A IPV crê e apoia o nosso ministério como nenhuma igreja que eu tenha conhecido. Mas, é necessário assumir essa posição!

Pastora, Deus nos chamou para ser instrumentos nas mãos d´Ele, para glória d´Ele e para que o Seu nome possa ser glorificado através das nossas vidas. Mas, é necessário que nos coloquemos de pé, que assumamos nosso posto e falemos ao Senhor: “Eis-me aqui! Usa-me Senhor”. Saber que foi chamada é tremendo, mas é preciso assumir, corresponder ao chamamento.

Assumir o chamado de Deus é decidir viver (prática) conforme Ele quer, é do jeito d’Ele. Neste tempo tenho aprendido muita coisa e sei que precisamos de atitudes simples, mas que fazem a diferença: estar ao lado do pastor, inclusive no altar, atenção nos cultos (ao pastor e a igreja), orar e ministrar sobre as vidas, estar disposta e disponível, atender, aconselhar, servir, entender que a casa (igreja) é do Senhor, mas quem cuida somos nós, limpar a igreja, se necessário, acompanhar esposo nos compromissos, respeitar e amar o esposo como nosso pastor e saber ouvir um não do esposo-pastor.

Cuidados importantes: o muito falar, exageros, querer fazer ou assumir ministério que não é nosso, saindo da direção de Deus, deixando de fazer o nosso e travando ministério de outros, por ser a pastora sentir-se superior – no Reino o maior é o menor.

Uma dica: ensinar fazendo é mais eficaz! Ser os primeiros a chegar e os últimos a sair às vezes é cansativo, mas ganha o povo. Chegar antes, orar com a Diaconia, outro dia com o Louvor ou Ministério de Crianças, outro dia receber as pessoas na porta da igreja... Participar da cantina no fim do culto, dar atenção primeiro aos visitantes, ir para a porta despedir e abençoar o povo.

Ser pastora é ser mãe espiritual, mas é ser esposa! Muita coisa precisa ser pregada, dita, é a Palavra que liberta, mas ser pastora é viver, e viver é ser exemplo! Exemplo de tudo e para todos, Deus nos chamou para isso, Seu Espírito esta em nós, nos capacita a cada dia, fala conosco, mas nós temos que assumir essa posição!